sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Maranhão. Em Viana temendo o risco de confronto entre latifundiários e os Indios Gamela, a sociedade civil lança nota em solidariedade ao povo indígena Gamela.

http://www.cptnacional.org.br/index.php/publicacoes/noticias/articulacao-cpt-s-da-amazonia/2463-ii-encontro-de-povos-e-comunidades-tradicionais-do-maranhao
Os Gamelas decidiram retomar o território diante da enrolação do governo federal via FUNAI de não iniciar o processo de demarcação da terra.  

A situação esta se agravando com ameaças de morte, tiros em direção ao acampamento, ronda de carros com placas frias etc. Reunidos  CIMI,  CPT,  MIQCB e NERA, decidimos e encaminhamos:

1- Elaboração desta nota anexa convocando as entidades, comunidades, igrejas, movimentos sociais, que manifestem apoio ao povo Indígena Gamela assinando a mesma;

2- Depois da reunião de ontem 03-12 com o governo do estado e Funai , ficou marcado uma ida dos movimentos sociais e órgãos públicos ao local do acampamento da retomada para sábado - 05-12, às 9hs da manha. Todos nos encontraremos em frente a catedral de Viana de lá sairmos juntos para acampamento.

3- Fazermos uma campanha de arrecadação de alimentos para manutenção do acampamento. 

Ajude espalhar  esta nota às entidades que conhece para aumentar o numero de solidários.  

Forte abraço à todos.

Clemir Mineiro (CPT)

http://www.cptnacional.org.br/index.php/publicacoes/noticias/articulacao-cpt-s-da-amazonia/2463-ii-encontro-de-povos-e-comunidades-tradicionais-do-maranhao

Nota  em  solidariedade ao povo indígena Gamela

Nós, entidades, associações, movimentos sociais e comunidades declaramos apoio e solidariedade  ao povo indígena Gamela, que iniciou no dia 30/11, a retomada de parte do seu território tradicional, que se encontrava aprisionado e grilado por latifundiários, no município de Viana/MA, fato há muito denunciado sem que as autoridades tenham tomado providências.

Somos testemunhas que desde 2013 esse povo vem num processo de insurgência, lutando pela recuperação de sua identidade e do seu território. Essa luta, legítima, não vem sendo respeitada pelo governo federal, por meio da Funai, que tem obrigação legal de fazer a regularização fundiária dos territórios indígenas, uma obrigação prevista na Constituição Federal. Dessa forma, os indígenas empreendem ações próprias, colocando em risco até mesmo suas vidas.

A retomada de parte do território tradicional é um ato insurgente, que mexe com grupos que historicamente dominaram e dominam o poder político e econômico naquela região.

Repudiamos as ações que estão sendo praticadas pelos fazendeiros depois da retomada como:

1. Ameaças de morte, com possível lista de nomes das principais lideranças do povo;

2. Contratação de milícias;

3. Disparo com arma de fogo contra o acampamento;

4. Intimidação de indígenas nas comunidades para entregar informações;

5. Aliciamento de jovens com promessa de emprego nas cidades (Viana, Matinha e São Luís), sem a garantia de direitos trabalhistas, jornadas de trabalho excessivas.

6. Desmatamento dos recursos naturais e destruição de espaços sagrados e simbólicos de culto, cura, ervas medicinais e de alimentação, fundamentais à sobrevivência física e cultural do povo.

Diante dessa situação, exigimos que a Funai crie imediatamente o Grupo de Trabalho para estudo da terra indígena Gamela; que o Governo do Estado garanta a segurança do povo nesse momento de tensão e conflito.

Fazemos o canto do povo Gamela o nosso canto de libertação.

“Vamos minha gente jogar flecha no ar, vamos cortar os arames e a terra libertar”

Somos todos Gamela!
São Luís, 03 de dezembro de 2015.

Conselho Indigenista Missionário – Cimi/MA

Comissão Pastoral da Terra- CPT/MA

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Questões Agrárias – NERA/UFM

 Movimento Iterestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu- MIQCB

Movimento Quilombola do Maranhão -  MOQUIBOM


TEIA de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão


Matéria publicada por Francisco Barros.

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